No contexto atual todas as estratégias de poupança devem ser consideradas e, para tal, rever as condições associadas ao crédito habitação pode ser uma delas.
O crédito habitação é, para muitas famílias, uma fatia significativa do orçamento. Sabendo que o atual contexto de subida das taxas de juro veio afetar fortemente as economias de muitos agregados, o Dinheiro Vivo reuniu seis dicas que o podem ajudar a reduzir os encargos com o crédito habitação.
As condições que consegue estabelecer para o crédito à habitação, quando compra a casa, não têm de ser eternas. Deve ir revendo as condições do crédito com alguma periodicidade. O melhor é analisar o que está a ser oferecido no mercado, dos spreads aos seguros, e não esperar por uma situação de dificuldades maiores.
1. Quanto paga e o que paga?
Para reduzir os encargos é necessário saber exatamente qual é o valor gasto por mês. Assim, deve ser feito o levantamento de tudo, desde as condições do crédito até aos produtos associados. Para começar deve responder às seguintes questões:
Quanto paga de prestação da casa? Qual o spread associado? E a TAEG? O crédito está indexado a uma taxa fixa ou variável? Quanto tempo falta para terminar o contrato? Que seguros tem e quanto paga? Qual é o valor das comissões?
Após a resposta a estas questões, é necessário pesquisar e perceber o que está a ser praticado no mercado. Por exemplo, atualmente o nível máximo de spread de 1,4%, mas existem bancos a oferecer um spread mínimo inferior a 1%. Com esta informação já terá argumentos para tentar melhorar as condições do crédito.
2. Negociar condições com o banco
Uma das primeiras coisas a fazer é entrar em contacto com o banco com o qual tem acordo para perceber qual é a abertura de revisão às condições do crédito em questão. Uma vez que já tem a noção do que está a ser praticado no mercado, estão reunidas as ferramentas necessárias para poder questionar todas as condições oferecidas pelo banco atual.
3. Pedir outras propostas
Após ouvir o seu banco, deve pedir novas propostas a outras entidades financeiras. Pode ainda pedir ajuda a entidades especializadas (Doutor Finanças, por exemplo), que têm conhecimentos direcionados face ao de um particular.
4. Transferir o crédito para outro banco
No caso de outro banco oferecer condições melhores do que as oferecidas pelo atual, pode transferir o crédito para outra instituição. Esta decisão permite rever todas as condições. Além da possibilidade de conseguir um spread mais baixo do que o atual, pode optar por outro indexante no crédito e repensar se é preferível uma taxa variável (Euribor), uma taxa fixa ou uma mista (primeiros anos taxa fixa e depois variável).
5. Rever os seguros associados ao crédito
Esta revisão pode ser feita de diferentes formas. Se a decisão é negociar apenas com o banco do qual é atualmente cliente, quando estiver a negociar as condições gerais deve colocar os seguros como despesa também a rever.
Se as condições de crédito são já muito atrativas, pode sempre questionar a entidade bancária sobre a revisão apenas dos seguros.
Se, no entanto, quer transferir o crédito para outra instituição, deve avaliar o que será mais vantajoso, entre subscrever os seguros com o banco que vai financiar o crédito ou subscrever através de outra entidade.
6. Reduzir ou alargar o prazo do crédito
As necessidades ou os desejos de poupança não iguais entre todas as pessoas. Cada caso é um caso. Ou seja, no caso do crédito, poupar significa pagar o mais depressa possível, mas no dia a dia muitas pessoas precisam de poupar no imediato e, aqui, a solução poderá ser outra.
Para quem tem folga orçamental, é recomendado que reduza o prazo do seu crédito. Diminuir o número de meses a pagar vai implicar uma poupança real no final do contrato. Por outro lado, se a necessidade for reduzir o encargo imediato, a solução pode passar pelo aumento do prazo de financiamento. Neste caso, pagará menos agora, mas mais ao longo do contrato. Mesmo que a poupança seja de 10 euros mensais, deve pensar que no final de 12 meses o valor é de 120 euros.
Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/financas-pessoais/6-dicas-para-reduzir-os-encargos-com-o-credito-habitacao-13386818.html