Sabemos que da teoria à prática vai um grande passo (e uns bons euros também), mas não tem de continuar assim. Neste artigo trazemos-lhe dicas que pode mesmo colocar em prática.
1 – Anote todos os gastos
Este é o primeiro passo antes sequer de criar um orçamento. A lógica é simples: primeiro, registe todos (sim, todos) os gastos que tem durante 3 meses. Este passo é importante porque lhe vai permitir elaborar um orçamento adequado a si e à situação em que está, tendo por base receitas e despesas reais: as suas e/ou das pessoas com quem vive.
Desta forma, ficará mais consciente de para onde vai o seu dinheiro, e com certeza que, após 3 meses, terá uma noção muito mais clara de onde pode poupar mais.
Hoje em dia pode fazê-lo consultando o extrato bancário, registando num excel (há vários modelos prontos a preencher na internet) ou até numa app própria para isso.
Pode começar por separar os gastos por categorias e por periodicidade (diária, semanal, mensal, anual) e coloque o valor gasto.
Lista exemplo de categorias:
- Renda ou prestação empréstimo da casa
- Água
- Luz
- Televisão, internet e telefone
- Consultas
- Medicamentos/farmácia
- Exames/análises
- Combustível
- Prestação do carro
- Portagens
- Revisão/manutenção do carro
- Estacionamento
- Seguro do carro
- IUC
- Comer fora
- Presentes
- Supermercado
- Cabeleireiro
- Ginásio
2 – Adapte o planeamento de refeições
Antes de se dirigir ao supermercado, veja o que ainda tem em casa, na despensa, no frigorífico e no congelador, e verifique quantas refeições consegue fazer com os ingredientes que ainda tem.
Sugerimos duas formas de planear as refeições:
Fazer um calendário de refeições semanal (diversificado e/ou com os pratos favoritos e fáceis de confecionar) e ir às compras em função disso. Esta opção é ideal para quem já tem uma ideia definida do que vai comer e consegue planear as refeições;
Fazer uma preparação prévia das refeições num único dia da semana e deixar no frigorífico disposto em 4 categorias: 2 opções de proteína (peixe, carne, ovos, cogumelos, soja, tofu, etc.), 2 opções de legumes (beringela, curgete, pimento, cenoura, tomate, alface, beterraba, etc.), 2 opções de hidratos de carbono (massa, arroz, esparguete, batatas, quinoa, etc.) e 2 opções de fruta (fruta da época costuma ser mais barata). Esta opção é ideal para quem não sabe muito bem que refeições escolher. Assim, conseguirá planear refeições completas e equilibradas mais facilmente, pois basta comprar 2 opções de cada categoria e combinar conforme desejar.
É claro que, em cada uma das opções, deve contar com o número de pessoas que vive consigo, bem como com eventuais imprevistos que possam surgir. O objetivo é reduzir os custos, mas também ser flexível.
3 – Poupe no supermercado
Além de levar consigo a lista de compras, pode pôr em prática estes pontos:
Leve os seus sacos reutilizáveis, assim evita gastar dinheiro a comprar sacos;
Fique atento aos folhetos e datas específicas de promoção dos produtos que costuma comprar, assim pode adquiri-los mais baratos;
Preste atenção aos prazos de validade, pois muitos supermercados baixam os preços quando o produto se aproxima do prazo;
Utilize vouchers e cartões do supermercado para conseguir maiores descontos.
4 – Faça os seus próprios produtos
De certeza que tem vários produtos alimentares e de limpeza que pode perfeitamente fazer em casa, ficando muito mais barato. Pesquise pelo produto em específico e encontrará algumas receitas de como confecioná-lo.
Exemplos de alimentos que pode confecionar em casa: bebida vegetal, iogurte caseiro, maionese caseira, caldo de legumes, pão, granola, molhos e temperos, entre outros.
Exemplos de produtos de limpeza que pode confecionar em casa: com apenas alguns ingredientes, tais como bicarbonato de sódio, vinagre de limpeza, sabão azul e branco, óleos essenciais, folhas aromáticas, citrinos, entre outros, pode fazer detergente multiusos, detergente para lavar a roupa, amaciador de roupa, desodorizantes caseiros, champôs sólidos, entre outros.
5 – Compre roupa em segunda mão
É possível cortar custos nesta secção aplicando estas 3 opções:
Comprar roupa em segunda mão é mais sustentável do que continuar a ir aos saldos todos os anos e comprar por impulso;
Trocar roupa com amigos e/ou família é outra forma de poupar no orçamento mensal.
Pode fazer algum dinheiro extra vendendo a roupa que já não gosta ou não usa.
6 – Reduza os gastos de eletricidade
Pode reduzir a fatura da luz no final do mês aplicando estas 3 dicas:
Utilize lâmpadas LED, tenha ar condicionado ao invés de aquecedores. Utilize tomadas inteligentes para evitar aparelhos ligados em stand-by.
Dê preferência ao programa económico dos aparelhos.
Veja se pode adquirir a tarifa bi-horária e ligar os aparelhos à noite, que gasta menos energia.
7 – Renegoceie todos os contratos com fornecedores
Sabemos que os valores aumentam a cada ano. Uma boa forma de reduzir o orçamento mensal é, anualmente, renegociar todos os valores de seguros (casa e automóvel), contratos de água, luz, telecomunicações e outros que tenha.
Faça simulações em diferentes fornecedores e questione se podem igualar o valor das simulações, caso seja mais baixo. Caso não igualem, pode mesmo considerar mudar de fornecedor para garantir melhores preços e condições.
Verifique também os casos em que, se ter diversos serviços subscritos ao mesmo fornecedor, lhe garante algum desconto.
8 – Reduza os gastos de água
Já sabe que deve gastar menos água, tomando banhos mais curtos e desligando a água enquanto se ensaboa ou enquanto lava os dentes. Contudo, temos algumas dicas extra que farão a diferença no seu orçamento:
Evite a pré-lavagem nas máquinas da roupa e da loiça;
Opte por sanitas com autoclismo com opção de meia carga;
Instale um redutor de caudal nas torneiras;
Evite lavar loiça à mão;
Utilize uma mopa com doseador de spray para lavar o chão;
Evite comprar água engarrafada, opte por um filtro de carvão.
9 – Leve marmita e café de casa para o trabalho
Pode poupar uns bons euros levando almoço, lanches e café ou chá para o trabalho.
Além de ter um maior controlo sobre o que come, conseguirá andar mais bem alimentado, uma vez que não vai andar sempre com fome e não terá tendência a atacar doces e outros alimentos pobres a nível nutricional.
10 – Aplique a regra dos 50/30/20
Esta regra de poupança é um bom método para poupar ao final do mês. Pode dividir as despesas mensais em três partes:
50% do orçamento para gastos fixos: renda, água, luz, alimentação, etc.
30% para gastos supérfluos: viagens, comer fora, presentes, etc.
20% para poupar: vai direto para a poupança ou pode ser utilizado como fundo de emergência para algum imprevisto. Atenção: não poupe só quando sobra dinheiro!
O truque aqui é adaptar estas percentagens de forma real e adequada à sua situação, que lhe permita reduzir os gastos sem ficar aflito.
11 – Inclua um valor para os extras
Aplicando a regra de que falámos acima, o orçamento que melhor vai funcionar para si será aquele que contempla também um valor definido para extras.
Extras são os gastos não essenciais. Exemplo: jantar fora 2 vezes por mês, comprar um presente, comprar um livro, etc.
Pode, de forma estratégica, definir um valor específico para estas pequenas coisas que sabe que quer manter no seu orçamento, porque não prescinde delas.
Por exemplo, será completamente diferente ir jantar fora quando lhe apetece ou ir jantar fora 2 vezes por mês porque pôs esse dinheiro de parte e o incluiu no orçamento.
12 – Agora sim, elabore um orçamento realista
Depois de colocar em prática todos os pontos acima mencionados, pode elaborar o seu orçamento real e adequado às suas necessidades.
Pode, por exemplo, fazer uma tabela no excel e colocar todas as categorias à frente do respetivo valor que definiu como orçamento. Desta forma incluirá no seu orçamento aquele jantar de amigos mensal ou a ida ao cinema, sem com isso aumentar os custos.
Com um bom planeamento conseguirá reduzir os custos e otimizar o orçamento mensal.
Agora é só colocar em prática e ver os resultados a aparecer!
Fonte: https://supercasa.pt/noticias/12-formas-de-reduzir-custos-no-orcamento-mensal/n4682