Crédito Habitação

Na hora de pedir um crédito habitação, uma das decisões que tem de tomar é sobre o tipo de taxa de juro. Há três opções: taxa variável, taxa fixa e ainda taxa mista.

Saiba ainda que é possível alterar o tipo de taxa ao longo do contrato, seja através da renegociação ou da transferência do crédito para outra instituição.

Mas, afinal, qual é o tipo de taxa mais vantajoso? Tudo vai depender do seu perfil de cliente.

Taxa variável

A taxa de juro variável varia ao longo do prazo do contrato do crédito habitação. Nesta situação, a taxa de juro do empréstimo resulta da soma de duas componentes: o spread – que é definido pelo banco – e o indexante ou taxa de referência, mais conhecido por Euribor.

Consoante o prazo da Euribor, a prestação do crédito habitação é revista. Por exemplo, a Euribor a três meses é revista trimestralmente, a Euribor a seis meses é revista semestralmente e assim sucessivamente. Assim, a taxa de juro vai subir o descer, refletindo as alterações da Euribor, tal como a prestação a pagar.

A Euribor tem vindo a subir desde há mais de um ano. E em maio – últimos dados disponíveis -, a Euribor a seis meses estava a 3,679% e o indexante a 12 meses a 3,862%.

Taxa fixa

No caso dos créditos habitação a uma taxa de juro fixa, assim como o nome indica, esta mantém-se igual durante todo o prazo dos contratos.

A taxa de juro é, assim, definida pela instituição que lhe concede o empréstimo, tendo em conta fatores como o risco de crédito do cliente, o rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel – designado por loan-to-value (LTV) -, as garantias do cliente e o risco de fixação da taxa de juro durante o prazo estabelecido.

Regra geral, a prestação de um crédito a taxa fixa é mais alta do que a prestação indexada à Euribor. Ao optar por uma taxa fixa, vai ter um encargo mensal maior, mas não corre o risco de vir a ter a sua prestação a subir. Mas, também deve estar consciente do contrário, isto é, se a Euribor descer, a sua prestação não será reduzida.

Taxa mista

Por fim, existe ainda outra opção: a taxa mista, que conjuga os dois tipos de taxa de juro mencionados anteriormente. Este regime permite ao cliente ter uma taxa fixa durante um período inicial a definir com o banco e, posteriormente, uma taxa variável.

Por exemplo, em alguns casos, a taxa fixa a cinco anos é de 0% acrescida do spread. Passados os primeiros cinco anos, a prestação passa a ser calculada a taxa variável, sujeita às flutuações da Euribor, até ao final do contrato.

Esta é uma alternativa que poderá ajudar na previsibilidade do pagamento e consequente gestão do orçamento nos primeiros anos do contrato.

O que compensa mais atualmente?

Perante o cenário atual de subida dos juros, a diferença entre a taxa variável e a taxa fixa tem vindo a reduzir.

A grande vantagem da taxa fixa no crédito à habitação é saber com o que contar todos os meses, já que a prestação não muda com o contexto económico-financeiro. E, perante o cenário atual de subida acentuada dos juros, a opção pela taxa fixa pode revelar-se vantajosa e gerar poupanças relativamente à variável.

No entanto, se a Euribor começar a descer e tiver uma taxa fixa, a sua prestação não vai reduzir. Ainda assim, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, referentes a abril de 2023, a maioria dos novos créditos habitação para habitação própria e permanente, foram contratados com taxa de juro variável (75%). O regulador indica ainda que 16% dos novos contratos foram realizados com taxa mista e apenas 9% com taxa fixa.

Nesse mês, a taxa de juro média variável encontrava-se nos 3,98% e a fixa nos 4,23%.

Não existe, portanto, uma resposta certa a esta questão. Por isso, deve calcular a sua taxa de esforço e perceber até que valor consegue suportar todos os meses, antes de tomar uma decisão.

Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/financas-pessoais/qual-a-taxa-de-juro-mais-vantajosa-no-credito-habitacao-16553836.html

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