Taxas Euribor continuam a subir, mas a um ritmo cada vez mais lento. Juros deverão continuar a subir até ao final do primeiro semestre de 2023, para depois estabilizar num patamar já inferior ao atual.
Não parece haver escapatória. Os portugueses com contratos de crédito à habitação que vão ser revistos no próximo mês deverão ter uma nova má notícia, com as prestações a subirem de forma significativa em resultado da subida das taxas Euribor.
Os detentores de contratos de crédito indexados à Euribor a 12 meses, aqueles que representam atualmente a maior fatia de crédito à habitação em Portugal, são os que vão sentir a maior variação na prestação a pagar ao banco. As simulações feitas, tendo apenas por base o valor médio das taxas Euribor na primeira metade de novembro, mostram que para estes contratos a subida será superior a 50%.
O disparar da prestação acontece porque a última vez que estes créditos foram revistos foi em dezembro do ano passado com base na média da Euribor de novembro de 2021, quando a taxa ainda apresentava um valor negativo (-0,487%). Hoje, a realidade é bem diferente e na primeira metade do mês a média da Euribor a 12 meses já passava ligeiramente os 2,8%.
O resultado é uma subida vertiginosa da prestação que pode levar a uma subida de pouco mais de 40 euros mensais num contrato em que o capital em dívida seja de apenas 25 mil euros. Mas que num contrato em que o valor do empréstimo seja de 150 mil euros pode aumentar a prestação em quase 250 euros por mês.

A subida das prestações em dezembro será mais suave para quem tem o crédito indexado à Euribor a três ou a seis meses, mas quando se analisa o que aconteceu desde dezembro do ano passado percebe-se que, apesar de menor, o aumento das prestações é, ainda assim, muito significativo.
Para quem tem o seu crédito indexado à Euribor a 3 meses o aumento varia entre pouco mais de 17 euros e pouco mais de 100 euros, consoante o capital em dívida seja 25 mil euros ou 150 mil euros.
A grande diferença, no entanto, é que para quem tem Euribor a 3 meses esta será já a quarta vez que a prestação é revista, fazendo com que o aumento da prestação mensal nos últimos 12 meses seja já de 28 euros nos contratos com uma dívida de 25 mil euros ou de quase 170 euros para os contratos com uma dívida de 150 mil euros. No final, contando os últimos 12 meses, a subida da prestação quase chega aos 40%.

O mesmo acontecerá nos contratos que estão indexados à Euribor a seis meses. A subida em dezembro não será tão significativa como a que ocorre com quem tem o crédito indexado à Euribor a 12 meses, mas porque este já será o segundo aumento deste ano.
Analisando o valor da prestação em dezembro do ano passado e aquele que deverá resultar da revisão no próximo mês verifica-se que a subida poderá atingir um aumento superior a 46%.

Subida de juros abranda e vê-se luz ao fundo do túnel
A subida das taxas Euribor verifica-se praticamente desde o início do ano em todos os prazos e verifica-se também que, de mês para mês, essa subida era maior. Ou seja, as taxas não só subiam, como essa subida acelerava.
Aparentemente, apesar da subida se manter, há, agora, uma desaceleração. De setembro para outubro as taxas voltaram a subir, mas a um ritmo menor, e em novembro, apenas contabilizando os primeiros quinze dias, volta a haver uma subida, mas novamente a um ritmo menor.
Fonte: https://cnnportugal.iol.pt/credito-a-habitacao/juros/credito-a-habitacao-dezembro-traz-novas-mas-noticias-mas-comeca-a-ver-se-uma-luz-ao-fundo-do-tunel/20221116/6373c72c0cf27230dc1787fa