Em setembro, o montante total de crédito habitação concedido subiu 4,4% face ao período homólogo, para 99 954,4 milhões de euros.
O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para voltar a subir as taxas de juro diretoras – já aumentaram 50 pontos base e 75 pontos base, num segundo momento – esta quinta-feira (27 de outubro de 2022), o que fará com que a prestação a pagar ao banco pelo empréstimo da casa continue também a acelerar. A verdade é que o negócio do crédito habitação continua em alta em Portugal, conforme mostram os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP): no final de setembro, o montante total de empréstimos aos particulares para habitação cresceu 4,4% em relação ao período homólogo, para 99 954,4 milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos anos (desde junho de 2015).
“No final de setembro de 2022, o montante total de empréstimos para habitação era de 100 mil milhões de euros, mais 0,2 mil milhões de euros que no final de agosto. O montante de empréstimos para habitação não ultrapassava os 100 mil milhões de euros desde junho de 2015. Esta evolução representa um crescimento de 4,4% em relação a setembro de 2021, desacelerando pelo segundo mês consecutivo”, lê-se no boletim divulgado esta quarta-feira (26 de outubro de 2022) pelo regulador português.
Os dados do BdP, liderado por Mário Centeno, permitem concluir que desde julho de 2021 que o stock total de crédito habitação está a subir, tendo atingido o montante de 99 954,4 milhões de euros em setembro de 2022, mais que em agosto (99 713,6 milhões de euros) e no período homólogo (96 017,5 milhões de euros). É, de resto, o valor mais elevado desde junho de 2015: nessa altura, o montante total de crédito habitação concedido foi de 99 983,5 milhões de euros.

Procura de empréstimos para comprar casa diminui no 3º trimestre
A procura de empréstimos para a compra de casa registou, no terceiro trimestre deste ano, uma “ligeira diminuição”, segundo os resultados do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do BdP, divulgados recentemente.
Assim, no que diz respeito à procura, o inquérito concluiu que, no segmento de procura de empréstimos por parte de particulares, houve uma “ligeira diminuição, em particular para aquisição de habitação”, apontando, “a confiança dos consumidores, as perspetivas para o mercado da habitação e, em menor grau, o nível geral das taxas de juro” como fatores que “contribuíram ligeiramente para reduzir a procura de crédito habitação”, sendo que “no crédito ao consumo e outros fins, a confiança dos consumidores contribuiu ligeiramente para diminuir a procura”.
Também a procura por parte de empresas apresentou uma “ligeira diminuição, transversal às diferentes dimensões de empresas e em empréstimos de longo prazo”, tendo em conta “a redução das necessidades de financiamento de investimento e o nível geral das taxas de juro” que “contribuíram para a diminuição da procura de crédito por empresas, parcialmente compensada pelo aumento das necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio”.
Fonte: https://www.idealista.pt/news/financas/credito-a-habitacao/2022/10/26/54652-credito-para-comprar-casa-montante-total-concedido-em-maximos-de-2015