Ter poupanças é essencial para que tenha uma vida financeira mais descansada. Seja para acautelar imprevistos, realizar sonhos ou investir e garantir um futuro mais confortável, se ainda não tem o hábito de poupar, é aconselhável que o comece a fazer.
Existem dois tipos de poupanças que deve ter em conta. São eles o fundo de emergência e o fundo de oportunidade. Um fundo de emergência destina-se a fazer face a imprevistos. Serve para acudir a despesas inesperadas, como por exemplo a reparação do carro ou um problema de saúde. Ou para fazer face a situações de desemprego ou de redução de rendimentos.
Por outro lado, um fundo de oportunidade é uma reserva destinada a ocasiões que ache que são oportunas. Normalmente, o termo está associado a investimentos. Contudo, num sentido mais abrangente, também se pode aplicar a qualquer outra situação com que se depare e que considere como uma oportunidade.
Os valores de cada fundo devem estar separados, sendo que não deverá gastar o fundo de emergência em situações de oportunidade. Mas, fique a saber melhor o que distingue estes fundos neste artigo.
O que é um fundo de emergência?
Um fundo de emergência é uma almofada financeira para fazer face a imprevistos. Por exemplo, uma doença repentina, um acidente, uma situação de desemprego ou simplesmente uma avaria no automóvel ou em sua casa. São situações que não estão programadas, que não tem como prever e, por isso, pode não ter a disponibilidade financeira para se proteger.
A importância de ter uma reserva de dinheiro para acautelar emergências não é novidade, mas muitos questionam-se por onde começar.
Para isso, só tem de fazer contas: se ficasse neste momento sem trabalho, durante quanto tempo conseguiria suportar as suas despesas mensais, mantendo o mesmo estilo de vida? A maioria dos especialistas em finanças pessoais definem a necessidade de criar um fundo de emergência com base no valor do salário ou das despesas mensais.
Assim, o primeiro passo é analisar as suas despesas mensais. Reúna todas as suas faturas, some todas as despesas e perceba qual é o montante. Nesta fase é importante perceber quais são as despesas essenciais e aquelas que pode cortar num momento de maior fragilidade económica.
O aconselhável é que o fundo de emergência seja, pelo menos, seis vezes o valor mensal dos seus encargos. Ou seja, se as suas despesas totalizarem 1.000 euros por mês, idealmente deverá possuir uma reserva de 6.000 euros.
No caso de trabalhadores por conta própria, é aconselhável que estes possuam uma reserva que cubra 12 meses de despesas, o que neste caso, corresponderia a 12.000 euros.
O que é um fundo de oportunidade?
Um fundo de oportunidade é uma poupança com o objetivo de fazer rentabilizar o seu dinheiro. Como já foi referido, está normalmente associado a investimentos ou outras situações que considere oportunas.
O destino a dar ao dinheiro que colocou de parte para uma oportunidade vai depender dos objetivos que traçou. Por exemplo, se encontrou a casa que quer comprar, aplicar o fundo de oportunidade numa entrada implica ter de pedir menos dinheiro emprestado ao banco, o que será um bom negócio para si.
Pode também investir o dinheiro naquele novo depósito a prazo promocional, com uma taxa de juro mais alta, ou aproveitar momentos em que o mercado está em baixa para investir num fundo imobiliário. Tudo vai depender da sua situação em concreto e do que considerar como oportunidade.
Mas não se esqueça, assim que aplicar o dinheiro, este deixou de estar no fundo. Pelo que é importante que comece de imediato a constituir outro.
Ao contrário do que acontece com o fundo de emergência, o fundo de oportunidade não tem um valor ideal, uma vez que depende de quanto quer aplicar e em quê, assim como do seu rendimento.
Poupar com a regra dos 50-30-20
Se não sabe bem como gerir os seus rendimentos mensalmente para poupar, comece por aqui. A regra dos 50-30-20 permite gerir de forma mais eficiente o seu rendimento mensal, ao estabelecer as seguintes proporções:
· 50% para gastos com a casa (renda ou prestações de empréstimo à habitação), transportes, alimentação e despesas fixas, como são as faturas da água, luz, telefone e telemóvel, gás, internet, seguros, etc.;
· 30% para gastos não essenciais, como restaurantes, compras de roupa, despesas em lazer (cinema, museus, concertos, etc.) e cuidados pessoais (ginásio, estética, etc.);
· 20% para os objetivos de poupança (por exemplo, o fundo de emergência e o fundo de oportunidade).
Como ter os dois fundos em simultâneo?
O fundo de emergência é essencial para assegurar a sua segurança. Por isso, especialistas em finanças pessoais aconselham a só começar o fundo de oportunidade após ter assegurado o fundo de emergência. No entanto, nada o impede de os fazer em simultâneo, se tiver condições para tal.
Se for esse o caso, tem duas formas de o conseguir: poupando mensalmente uma parte do seu salário ou aproveitando eventuais folgas orçamentais ou rendimentos extras.
Na primeira hipótese, se todos os meses destinar, por exemplo, 20% dos seus rendimentos à poupança, é dessa percentagem que vai ter de retirar o valor para os dois fundos. O montante que irá dedicar a cada um deles vai depender dos seus objetivos ou do quanto já tem de parte no fundo de emergência.
Se o valor deste estiver já perto do equivalente a seis meses ou um ano de despesas (consoante for trabalhador dependente ou independente), pode dedicar-lhe apenas um quarto dos 20% e aplicar o restante ao fundo de oportunidade. Mas se teve uma despesa inesperada e este estiver num valor muito baixo, pode inverter as proporções.
No segundo caso, pode continuar a retirar mensalmente 20% do seu salário para o fundo de emergência e usar momentos de maior liquidez como quando recebe os subsídios de férias, Natal ou até mesmo o reembolso do IRS para constituir o fundo de oportunidade. A decisão é sua, sendo que o importante é que crie o hábito de poupar e crie almofadas financeiras.
Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/financas-pessoais/qual-a-sua-poupanca-fundo-de-emergencia-ou-fundo-de-oportunidade-14647525.html